O Nascimento de uma Nação
(The Birth of a Nation)
Gênero: Drama
Nascendo dentro de um círculo de fogo, “o Nascimento de uma Nação”, teve sua estreia em novembro de 2016, trazendo além de drama de ótimo a qualidade basedo em fatos verossímeis, uma série de polemicas envolvendo seu diretor, Nate Parker.
A obra aborda a
história de Nate Tuner (Nate Parker), um escravo nascido nas plantações de
Algodão de Southampton, Virgínia, nos sul dos Estados Unidos da América, por
volta dos anos de 1800. Nascido já cativo, ocorre a contextualização do
personagem ante aquele ambiente de tamanha violência e medo, demonstrando todos
aqueles fatores que proporcionavam a estrutura oligárquica de escravização dos
povos africanos. Toda essa imersão por dentro daquele ambiente acaba por causar
nos expectadores um choque de realidade, causando emoções extremas.
Como já dito, a
obra foi baseada num fato verídico ocorrido no ano de 1831, no condado de
Southampton, Virginia, no qual dezenas de cativos da região resolveram se
rebelar contra seus detentores, causando, além de inúmeras baixas dentre os
rebelados, um espirito de liberdade e luta que acabaria por engajar diversas
outras rebeliões.
Retornando ao
contexto da história, o filme aborda a vida de Nate Turner, desde seus
nascimento até o momento em que culminam as revoltas dos cativos. Desde sua
infância, Nate cresceu tendo contato com a leitura, mesmo que escassa e
restrita, adquirindo muito conhecimento religioso e espiritual através de seus
contato com a Bíblia, o que acabaria por torna-lo um pastor, após atingir a
idade adulta. Dentro desse âmbito, percebe-se na obra uma inspiração clara da
Teoria da teologia da libertação, no qual há o uso da religião não como uma
base conformista, mas sim como um mecanismo de luta e revolução ante as
injustiças e problemas existentes na sociedade.
Sem querer
esmiuçar abusivamente a obra, acho de grande valia que este seja visto por
todos que se interessam pelos temas de escravidão e libertação humana, visto
qualidade e aspectos inovadores dentro dessa seara. Como bem aponta Hermsdorff, “o Nascimento de uma Nação seria é 12 anos de Escravidão
versão ‘faca na caveira’”, cabendo a ressalva por nossa parte, de que embora a
obra contenha violência explicita, também conta com um apelo constante
à liberdade e fraternidade humana, fazendo dessa película uma arte, em sua essência, e no limiar dos seus limites, equilibrada.
à liberdade e fraternidade humana, fazendo dessa película uma arte, em sua essência, e no limiar dos seus limites, equilibrada.
Seguindo para uma análise externa da obra, esta
recebeu grande crítica e rechaço por parte dos corpo votante do Oscar e demais
instituições premiadoras. Tudo isso deu-se em razão de uma acusação de estupro
veiculada contra seu diretor e ator principal, Nate Parker. Conforme foi
veiculado na mídia, no ano de 2001, quando ainda estavam na Universidade, Nate
e seu colega de quarto Jean McGianni Celestin, teriam sidos acusados de cometer
estupro contra uma mulher, que, no ano de 2012, acabou cometendo suicídio. Por detrás de toda essa cortina de fumaça
proporcionada pelo escândalo, o filme acabou por ser parcialmente esquecido aos
cantos, tanto pela mídia quanto pelos prêmios , que acabaram por fazer vistas
grossas, e assim, retirando premiações do filme.
Vale lembrar que o mesmo escândalo
envolvendo estupro ocorreu com Casey Afleck, ator vencedor do Óscar de 2017
pelo filme “ Manchester à beira do mar”, sendo, no entanto, não sendo repudiado
da mesma maneira que o ator Nate Parker.
Por fim, gostaria de lembrar que além de
demonstrar com toda dramatização os problemas relacionados a escravidão humana
no século XIX, a obra, através de seus nome, faz uma critica severa ao filme “
O nascimento de uma nação”, de 1915, do diretor, D.W. Griffith,
que foi idealizado como filme propaganda da Klu Klux Klan, trazendo um drama
totalmente pitoresco representado apenas por atores brancos ( os negros eram
representados através de simples pinturas das faces dos atores).
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