Os Oito Odiados

(The Hateful Eight)

Gênero: Westerns, suspense.
Lançamento: 07/Janeiro/2016.



 Durante uma nevasca, o carrasco John Ruth (Kurt Russell) transporta a prisioneira Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh)para a forca, no meio do caminho, John decider uma carona ao caçador de recompensas Marquis Warren (Samuel L. Jackson), e ao  Sheriff Chris Mannix (Walton Goggins). Ao pararem no Armazém da Minnie por conta do mal tempo, eles encontram outros quatro desconhecidos. Aos poucos, os oito viajantes começam a descobrir os segredos sangrentos uns dos outros.”  Assim, em um misto de faroeste, suspense e uns lampejos de terror, Os Oito Odiados  - o mais novo filme de Quentin Tarantino-  se inicia.
  
   A opção de filmagem em 70mm (conhecido por detalhar melhor cenários amplos) utilizada em longa que se passa, praticamente em um único plano fechado,  gera um efeito de introspecção na história, elevou a riqueza de detalhes e deixou o clima de tensão mais empolgante e curioso para o espectador, até que definitivamente o “prende” por completo, fazendo-os sentir a insaciável busca por respostas – ao maior estilo Tarantino.   
   
   Além de roteiro sensacional e os diálogos bem escritos, os acontecimentos são acompanhados de uma trilha sonora maravilhosa composta por uns dos maiores compositores do mundo e especialista em westerns, o italiano Enio Morricone, cujo ganhou, recentemente, o Oscar 2016* de Melhor Trilha Sonora. 


  Para alguns pode ser cansativa a primeira metade do filme, onde conhecemos melhor os personagens e pouco a pouco suas diferenças se instalam na tela.
   
   Samuel L. Jackson rouba a cena como o Ex- Major Marquis Warren, um personagem dúbio que pode agradar muitos e gerar desconforto em outros.Em meio a vários palavrões e um cinismo carismático, além da famosa carta misteriosa - que deixa o público na dúvida.

  
  Não foi a toa que Jennifer Jason Leigh estava entre as indicadas para o Oscar 2016* de Melhor atris Coadjuvante, seu papel como Daisy Domergue é perfeito e serve de muita importancia e responsabilidade. A personagem histérica, desbocada e que ora irritante,ora carismática, torna-se uma das personagem mais interessantes do longa e ainda serve de Mcguffin, permitindo que nos conheçamos os outros 7 rapazes. 


  Aliás, o cast trabalha muito bem, mesmo que alguns personagens tivessem potencial para irem mais longe(Bruce Dern por exemplo) e outros pouco necessárias (como a caracterização de Tim Roth que é claramente um cross-over de Christoph Waltz em Django Livre, mesmo muito boa a atuação, não há sentido em repetir um personagem).


 Em suma, o plot simples e completo mostra por si só Os Oito Odiados sendo uma obra fantástica e impressionante. mais uma vez Quentin Tarantino expressa sua inteligência e capacidade sem tamanho para dirigir qualquer gênero cinematográfico – dentro de seu modelo nato e inconfundível.


"Tenho essa fama de fazer sempre filmes de gêneros diferentes, e faço o meu melhor. Mas eu adoro faroeste, e sempre pensei que é preciso fazer três faroestes para se considerar um diretor de faroestes. Talvez antes fossem necessários oito faroestes, mas hoje, três bastam. O modo como eu lido com raça nos Estados Unidos é algo novo, o faroeste sempre ignorou isso. Tanto em Django Livre quanto em Os Oito Odiados, eu falo sobre os efeitos da Guerra Civil. Acho que tenho algo a dizer, que tenho contribuído para o gênero", (Trecho da entrevista de Quentin Tarantino ao site Adora Cinema).


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