Uma Longa Jornada



(The Longest Round).

Gênero: Romance.
Lançamento: 10/Abril/2015 (EUA).


   Não é a toa que a maioria do público que assistiu a este filme tenha se maravilhado com a linda história apresentada, o que já era de se esperar visto que a equipe de produção contava com Marty Bowen, Theresa Park e Wyck Godfrey, ou seja, produtores conscientes e que possuem domínio quando se trata de produzir um filme de romance. Em meio à estes técnicos, não podemos esquecer da presença do então aclamado Nicolas Sparks, conhecido por seus sucessos nas telonas (Uma Carta de Amor – 1999, Um amor para Recordar – 2002, A Última Música – 2010, Um Homem de Sorte – 2012, Querido John – 2010, Um Porto Seguro – 2013, O Melhor de Mim – 2014, etc...).
    Um dos fatores responsáveis dentro da trama para que o longa caísse nos aplausos e sorrisos das pessoas, foi a excelente adaptação que o roteirista Crain Bolotim fez a partir da obra de Sparks, no qual se cria um romance que apresente dois pontos de vista diferentes, expressados dentro de um mesmo foco problemático. O diretor George Tillman Jr soube trabalhar muito bem esta questão, infiltrando no enredo uma trama adjacente, que no primeiro instante mostra ser uma simples guarnição para manter um certo equilíbrio com a história principal.
   O filme inicia com um rápido Set-Piece dentro de um campeonato da PBR (empresa que promove competições internacionais de montaria em touros) em Las Vegas. A grandeza e importância deste evento são expressas de forma clara pela ótima transição dos diferentes planos de imagem. Neste momento surge nosso primeiro personagem, Luke Collins (Scott Estewood), um dos peões participantes da competição.
   Durante sua performance na arena, Luke sofre um acidente ao cair de um touro extremamente violento, rapidamente o peão é cercado pelos salva-vidas evitando um terrível desastre. O sequenciamento destas cenas curtas junto com um slow motion na queda e um close-up no jovem dão a sensação dramática da gravidade do acidente e impossibilidade de Luke continuar no torneio.
   Um ano depois do ocorrido, o foco se direciona para a apresentação da nossa personagem feminina, Sophia Danko (Britt Robertson), uma universitária extremamente estudiosa, sonhadora e muito bem decidida sobre a carreira profissional que deseja seguir. Em contra partida a jovem expõe ter certo bloqueio e insegurança quanto ao fato de se apaixonar e construir um relacionamento, pois no momento ela iniciará um novo capítulo na sua vida e teme que uma paixão possa desvia-la de seu objetivo.
   Os planos e vida de Sophia parecem claros e bem solidificados, entretanto isto não a impede de ser convencida por sua amiga de ir a um evento country. Em meio ao evento, as garotas vão assistir um rodeio, o qual Luke esta competindo.
   O primeiro contato visual entre os dois surge de uma situação inusitada e se confirma de uma forma suave. Um meet-cute natural e muito bem acomodado ao “plano rural” que o filme se encontra.
   Algo que achei peculiar neste romance foi à naturalidade que surge a paixão entre os dois, fugindo um pouco de todo daquela sequência comum da conquista que homem exercia sobre a mulher para que, pouco a pouco uma relação de afinidade fosse aumentando até chegar em um nível capaz de ocorre a percepção do amor que existe entre o casal.

   O romance dos jovens nasce da gentileza e singularidade presente nas ações de Luke. O seu caráter tradicional de “homem do campo” e a maneira simples e amigável com que se aproxima de Sophia, cria uma maleabilidade no caráter da jovem fazendo-a se sentir confortável e repensar as escolhas de sua vida.
   É agora que a mágica do filme acontece!!. Nesta altura do campeonato é de se perceber que o enredo começa a estruturar um ritmo de desenvolvimento, era exatamente o que Tillman aguardava para introduzir um acontecimento que mudaria toda a orientação da história.
   Cercado por cenas de grande impacto, Alan Alda finalmente mostra as caras no longa em meio as chamas de um carro praticamente destruído, por sorte sua vida é salva graças a Luke e Sophia que estavam passando pelo local.
   A doação de Alan no papel de Iran Levinson transmitiu o retrato de um homem de 91 anos totalmente desacreditado, abatido, mal-humorado, entre outros fatores que criaram uma espécie de bloqueio social e emocional por conta da carência de amor nas coisas e para com a própria vida. Isto é facilmente percebido na cena em que ele chega ao hospital, não se importando muito com o fato do acidente, como se o bem estar já não fosse algo tão relevante, subentendendo-se que todos os danos corporais trazidos fossem minoria comparada à dor que o Sr. Levinson carregava no coração.

   A explicação de todo esse porquê é dada através de algumas cartas que o pobre senhor havia escrito para sua esposa Ruth (Oona Chaplin) a muitos anos atrás. Lidas a pedido do senhor, a jovem Sophia começa a dissolver uma narrativa sobre a vida dele, neste instante acontece uma “pausa” no romance principal.
   No inicio, esse pausa é  maior por conta da entrada de outros personagens na cena, posteriormente o filme retorna ao tempo real, sustentando o mesmo pacing(velocidade com que os eventos se desdobram) porém com adição de constantes flashbacks a fim de apoiar uma linearidade. 

   A maneira com que o amor entre Ira( mais jovem agora na pele de Jack Huston) e Ruth é exibido atrai bem mais a atenção do público. A motivação presente nos diálogos não é a das melhores, mas creio que o foco principal esta na forma que eles absorveram e lidaram com as situações que estavam imersos. Pouco a pouco a narrativa vai ganhando espaço na história principal e encerra tornando-se crucial para o desfecho do romance, no famoso “estilo Sparks de ser”.
  "Amada Ruth, 

Quando um rapaz da Carolina do Norte conhece uma linda menina de bem longe, ele precisa fazer de tudo para conquista-la. Se conseguir, a vida dele será um retrato de felicidade".

Comentários

  1. Filme maravilhoso! Fiquei fascinada com o romance, literalmente amor! Impressionada com o texto, muito bem escrito. Uma mistura sutil e delicada sobre a história.. Espetacular

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