Linda de Morrer
Gênero: Comédia.
Lançamento: 20/agosto/2015 (Brasil).
Pra alguns, Linda de Morrer pode
ser apenas mais uma comédia brasileira, mas é uma boa comédia. Quando se fala em filmes brasileiros o
público sempre pensa em uma mistura de especiais de fim de ano da globo com
zorra total. Só se assiste como última opção ou naquele domingo tedioso com a
família (antes da Netflix), já iniciando o filme com aquela descrença.
A história pode parecer enrolada no
começo, mas à medida que os nós se encaixam o enredo vai ficando mais palpável.
Muitas vezes é esta “paciência” que o espectador não tem, querendo tudo já
mastigado e rápido. Creio que essa não será a característica que este tipo de
pessoa encontrará em Linda de Morrer.
O roteiro caiu muito bem nas mãos do
diretor Cris D’amato, o qual obteve uma disponibilidade ampla de ideias
para aplicar um bom desenvolvimento ao filme. A maior causa deste sucesso
foi à escolha de uma trama original e flexível, causando um maior estímulo ao
debate - não só entre os personagens, mas também entre o público.
A relação dos atores da um bom ritmo
no desenrolar dos fatos, por conta da equipe conter muita técnica na
incorporação dos papeis e conforto diante da apresentação da história -
desmistificando o boato do Brasil possuir apenas “atores noveleiros” .
A trama tem início no momento em que
Paula(Glória
Pires) está prestes a lançar um remédio capaz de curar a celulite e deixar
as mulheres com o corpo que sempre sonharam. O sucesso é imediato, mas na noite
de comemoração do lançamento, após brigar com a filha Alice(Antonia Morais),Paula
acaba morrendo. Após a morte , nossa protagonista descobre que os efeitos
colaterais do remédio foram o que determinaram o seu falecimento, assim , Paula
conta com a ajuda do médium e psicólogo Daniel(Emílio Dantas)
para tentar avisar a filha (Antônia Morais)
dos perigos que estas drogas podem causar.
Conforme a metragem do filme vai
sendo rodada, a obra torna-se mais divertida e consegue envolver
cada vez mais o espectador (porém nunca desviando o foco da lição valiosa
proposta já no início). O núcleo de todo o humor não poderia ser de ninguém
mais que a própria Glória Pires, dosando cuidadosamente a comédia junto ao
arrependimento carregado na personagem - por ter abandonado a família.
Em segundo lugar está o
divertidíssimo Emílio Dantas. Sim caros leitores, aquele mesmo Emílio que
interpretou o cantor Cazuza em Cazuza - O Tempo não para (2004). Se
lembram ?
Sem duvida Dantas mostrou mais uma
vez ser um ator surpreendente, principalmente pelo fato de viver o papel de um
psicólogo que não aceita a própria mediunidade (resultado nas cenas muito
engraçadas).
Antonia Morais já mostra não
ser só filha de uma excelente atriz, mas também ter “herdado” o talento da mãe.
Mesmo sua personagem não apresentando um lado cômico, a jovem não teve
dificuldades em compor o papel.
O vilão Francis, vivido por
Ângelo Paes Leme, apresentou uma atuação um tanto fraca e forçada, contudo
ainda assim cumpriu a tarefa.
Em suma, o longa oscila entre grandes
emoções e uma comédia leve, recomendado para ser assistido com a expectativa de
se divertir, aprender a aproveitar mais a vida e as pessoas que ama - não
vivendo em função de um sonho que de oculta.
Assim como Lindas de Morrer, há
filmes de todos os gêneros e de todos os gostos. Cada história desperta uma
sensação diferente em cada pessoa. A expectativa com a qual se vê um filme pela
primeira vez é o que torna a experiência magnífica ou desastrosa.
Permita que a experiência seja algo
pessoal e introspectivo e se deixe criar sua própria opinião, sem ser baseada
em pré-observações (negativas ou positivas) de outras pessoas.
Somos cada vez mais exigentes
e acabamos deixando de aproveitar boas sensações, um bom filme pode ser aquele
milésimo “Curtindo a vida adoidado” visto numa sexta à tarde chuvosa com
a namorada ou a família. E a experiência pode valer mais do que ver na
pré-estreia do maior blockbuster do
momento.
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